segunda-feira, 18 de junho de 2012

Especiais!

Eu andava martelando um tema diferente pra falar por aqui...
Como, pela blogosfera, eu vinha lendo diversos posts sobre crianças especiais, principalmente autistas, resolvi arriscar!
Na minha família eu tenho duas meninas mais que especiais: a Fafá, uma loira linda que tem Paralisia Cerebral e a Juju, a mais linda, alegre e sensacional Down deste universo!

Mas acho que sobre esse assunto não basta falar! É preciso sentir... É preciso perceber!
Por isso convidei meu primo, o Rafael, que além de irmão da Fafá, é Terapeuta Ocupacional.
E é com muita honra que lhes apresento seu texto!

 
Quando fui convidado a escrever para o “Mãe de Bia” fiquei super animado. O tema proposto foi Paralisia Cerebral. Fiquei pensando no que escrever,  pois lido com essas crianças todos os dias e sou muito realizado em trabalhar com elas.
A PC é uma desordem neurológica que acomete o cérebro imaturo (pode ser desde antes do parto até os 5 anos de idade), a qual pode estar associada, além das dificuldades motoras, a dificuldades sensoriais, cognitivas e restrições no desmpenho ocupacional.
Mas o mais importante são as possibilidades que são inúmeras, diria até infinitas. Por mais que a primeiro momento é complicado por não ter um filho dentro de suas expectativas, essas crianças tem uma vida normal como qualquer outra criança típica. Frequentam escolas, vão a parques, brincam, tem vida social e também demonstram carinho e amor pelas pessoas. As vezes, precisam de adaptações para que consigam realizar essas atividades.
Aprendi muito com minha profissão a enxergar as possibilidades e a trilhar o caminho para construir novas habilidades para que as pessoas possam ter independência e autonomia.
Todavia, minha grande lição começou a 18 anos atrás, quando minha irmã, que tem paralisia cerebral,  entrou na minha vida. Após todo susto inicial, aprendi a cada dia a valorizar o olhar, o carinho, um sorriso, formas de compreensão tão profundas que nem necessitam de palavras. Acompanhei cada etapa: a saída do hospital, os primeiros dias em casa, a primeira cadeira de rodas, o início da escola, os passeios, as excursões, a participação na família e sociedade.
Aprendi que sempre há uma possibilidade e que sempre há escolhas possíveis a serem tomadas, e a principal de todas que minha família escolheu, a de ser FELIZ.
É impressionante como um menina com tantas limitações motoras conseguiu ensinar tanto a tantas pessoas. Olhando tudo que passamos nesses anos, consigo ver que ela me ensinou o valor de lutar pelo aquilo que queremos, me mostrou uma profissão que amo, ensinou o valor da família e da união, e principalmente que mesmo que haja dificuldades a vida continua bela e sempre podemos ser felizes, independente da forma como as coisas acontecem.
Rafael Magalhães é terapeuta ocupacional e irmão da Fabiana, essa lindeza da foto abaixo!


Um comentário: