quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Sobre ter cabelos anelados!

Eu já tive muuuuuuuuuuuuuuuito cabelo nessa vida! Ok,ok... Ainda tenho! Mas já tive umas 4 vezes mais do que tenho hoje!
Gente... era cabelo que não tinha fim! Lavar cabelo, era a treva! E quando peguei piolho!!! Gosto nem de lembrar... Acho que não consigo resumir as peripécias da minha vida capilar... rsrs!

Só que... ter cabelo anelado na década de 80 era um tanto quanto diferente de ter cabelo anelado atualmente!
Povo, não tinha recurso considerável que domasse a juba não!!!!!!!!!!!!!

Era um tal de banho de creme... ou de óleo!!!!
E hoje, vejam que evolução: Hidratação, queratinização... Eita lelê!
E os produtos desses tais banhos??? Estão aí as fotos que não me deixam mentir:


  • Da linha Faça você mesmo, comecemos com o bom e velho abacate, já que na minha casa tinha um abacateiro e assim... custo zero! Juro pra vocês: consigo sentir o cheiro e a sensação gelada da pasta na minha cabeça! kkkkkkkkkkkk

  • Continuando essa linha... A jojoba! Que óleo de Argan que nada! Bom mesmo era o de Jojoba!!! Não tenho a menor ideia de onde isso vinha, mas era constante em minha hidratação capilar!

  • E, já que naquela época não existia muitas opções, eis aí as maravilhas cosméticas que utilizei! Meu sonho de consumo era esse Kanechom do Arco Íris! Usei pouquíssimas vezes... Acredito que devia ser caro pra caramba!



  • E... depois que eu descobri a Touca Térmica, minha vida mudou!!!! Podia fazer banho de creme assistindo desenho animado!!!!!!!!!!!!!! Gente... isso foi "a" vitória! Ninguém merecia ficar cuarando no sol com a cabeça lotada de creme!!!!

E... hoje? O que fazemos???

Quanto às máscaras, não sou muito aplicada e troco bastante de creme de hidratação! Sou mais adepta ao uso do bom e velho Aussie 3 minutes!

Agora...
A melhor invenção EVER é o tal do leave-in ou creme pra pentear. A vida das cacheadas simplesmente mudou da água pro vinho!!!! É possível acordar descabelada e como num passe de mágica, ver os cachinhos renovados!!!

E qual nós usamos?
Bem... tem muita coisa muito boa no mercado!!!! Pra Bia eu alterno entre Viverdi, Queratina Pura Claudia Melânia e Toin oin oin da Natura. Eita cabelinho que infara... E vamos diversificando!





Já pra mim, sou super fiel ao Curls Rocks da Tigi. Pelo simples fato de ser um amplificador de cachos e não somente creme de pentear! Modela de verdade e me faz sentir segura! Eis aí o X da questão! Posso sair com ele molhado que não sobe mesmooooooooooooo!!! Amo!


E quanto às escovas, permanentes ou ocasionais?
No meu caso são bem de vez em quando mesmo! Quando quero mudar de cara! Afinal, isso é o tchan do cabelo anelado! Mudar de cara quando você estiver com vontade!
E é isso que sempre passo pra Bia: Filha seu cabelo é o mais lindo do mundo!!! Já viu como tem gente que elogia?
E é só eu fechar a boca e lá vem um: "Que cabelo lindooooo!" Ela se derrete! E eu mais ainda!!!!

Afinal, em terra de chapinha, quem tem cacho é RAINHA!!!!!

Abençoa, Senhor!!!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Canção de Infância

Quando eu era uma criancinha pequena lá em Itabira, eu aprendi essa canção!
Minha mãe me ensinou, assim como inúmeras mães ensinaram a seus filhos! Crescemos cantando e de repente... ninguém nem lembra que essa música liiiiinda existe!!!

E não é que o Padre Fábio de Melo e a Fernanda Takai regravaram do jeitinho que aprendi?
E eu, morri de amores, claro!!!!

Momento remember, meu povo!!!!


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Esperança

Nesse fim de semana, me deparei com um vídeo que foi compartilhado por uma família muito querida, pelo Facebook!
Qual não foi a minha surpresa ao ver que aquele vídeo contava a história da filha de uma amiga de infância. Na verdade não só a história da criança, mas de toda família que passou a acreditar em uma grande possibilidade!!!

O vídeo abaixo é a história da família da Malu! Uma menininha que foi operada quando ainda era um feto, dentro da barriga da mamãe Tati, pois foi diagnosticada com Mielomeningocele!

Um vídeo maravilhoso, emocionante, que fala de uma história de amor, de fé e de esperança!


terça-feira, 14 de julho de 2015

Quadro de comportamento

Quando compartilhei no Instauram o quadro do comportamento que fiz para a Bia, não imaginava nunca receber inúmeras notificações. Elas vieram de todas as formas que vocês possam pensar: email, whatsapp, Facebook e até ligações. Algumas pessoas acharam que eu estava sendo psicologicamente incorreta, trocando o bom comportamento da Bia por um presente, mas a grande maioria queria mesmo saber como funcionava, quais as tarefas eu propunha, como eu a premiava e até qual a tinta eu tinha pintado a parede! 
Sendo assim, nada melhor que compartilhar aqui, esse exemplo de sucesso em nossas vidas.

Eu já tinha visto, e até feito, esse quadro de outra forma... Desenhado em uma folha A4 e colado na geladeira. Tem gente que faz com durex colorido, outros compram cortiça e usam os alfinetes...
Como na minha cozinha, uma das paredes é pintada com tinta lousa, ela se torna um grande quadro verde! Daqueles de escola mesmo!!! Dessa forma, giz nas mãos e desenhamos o nosso quadro!

O desenho é o seguinte: nas linhas eu descrevo as tarefas que devem ser cumpridas. Escolhi aquelas básicas do dia a dia, que a Bia já está careca de saber que tem que fazer, mas não faz enquanto eu não mando umas 12 vezes, sabe? 
São elas: guardar brinquedos, escovar dentes 3 vezes ao dia, tomar banho sem pirraça, não sujar a calcinha de xixi ou cocô (tá naquela fase terrível de ficar segurando até começar a sair...), almoçar e jantar direitinho.
Nas colunas eu coloquei os dias da semana.



Cumprindo as tarefas diariamente, ela desenha uma carinha feliz. Caso contrario, a carinha é triste e nós já recomeçamos a brincadeira no dia seguinte.
O trato é: um quadro que tenha carinhas felizes durante TODA a semana, ou seja, um quadro cheio de carinhas sorridentes, dá direito a um prêmio.
Ah!!! Desenhamos a tarefa do lado de fora do quadro! Assim ela sabe onde errou!

E olha, não é fácil, gente... Demorei 45 dias pra dar a boneca prometida pra ela... Sempre tinha um risquinho de cocô na calcinha, ou dormia sem escovar dentes ou sem guardar brinquedos... Como se trata de um COMBINADO, é preciso cumprir à risca, caso contrário, o quadro fica desmerecido e é rebaixado a uma simples brincadeira!!!

Como agora, conseguimos preencher, irei trocar algumas tarefas. Já conversamos e as tarefas do banho e do almoço, darão lugar para o andar calçada e falar com tom de voz baixo. Acho importante inserir a criança na escolha das tarefas para que ela sinta que faz parte do processo e entenda que tem que cumprir.

E olha, depois que a Bia ganhou a boneca... gente, ela está encantada e ansiosa pra recomeçar!!!

Podem fazer sem medo!!!! Vocês não darão um presente por semana, porque não é fácil pra eles cumprirem tudo... E eu prometo coisas práticas e viáveis!!!! Nada de presentes abusivos e caros!!! Isso é pro bom velhinho.... rsrs...

terça-feira, 23 de junho de 2015

O vídeo do nascimento do elefante

Oiiiiiiiiiiii!!!

Quanto tempo, hein povo?

Tenho andado tão na correria...

Vou começar atualizando vocês!

Há uns dias, a Bia pediu para assistir "o vídeo do elefante nascendo"! Gente, pela luz que a CEMIG me fornece, juro que eu achei que ela já tinha assistido algo parecido na escola...
Fomos pra sessão YouTube e achei um vídeo que a descrição era condizente!

Começamos a sessão e enquanto era aquela velha fisiologia já conhecida, ok! Tá certo que a placenta do elefante é uma senhora placenta e, sendo assim, é líquido amniótico pra caraaaaaaaaaaaaaamba!!!! Uma cachoeira vermelha desaguante!!!! Só que, até aí, tudo bem!

Só que... sinceramente, eu achava que ela ia agir fofamente... lambendo a cria, limpando...
Qual não foi a minha surpresa, ao ver a mamãe gigante chutar e empurrar o filhote pra todo lado!!! Ok,ok, ela precisava mover secreção... mas confesso que foi no mínimo muito surpreendente!!!!

Tá aí! O vídeo que de tanto que eu vi, não me assusta mais!!!!



E o que a Bia achou disso tudo?

Ficou em prantos, perguntando seu eu também fiz isso com ela quando nasceu!!!!

Eita mundo animal que surpreende o ser humano!

segunda-feira, 4 de maio de 2015

O que passa na cabeça de uma criança???

"Mãe, vamos brincar de boneca? Tive uma ideia! Você é a mãe, minha boneca é a filha e eu sou a médica (Ave Maria!!! Tudo, menos área de saúde, please!!!!)!"

Ok, Bia! Vamos lá!

Chegamos, eu e minha filha-boneca no consultório (a sala de TV).

"Oi! Pode entrar no meu consultório!" (Numa cara safada que só Jesus pra dar conta!)

Obrigada!!!

"O que ela tem?"

Olha, ela está tossindo muito à noite... E está com febre também...

"Deita ela no colo que eu vou ver se o coração está batendo... (Coloca o estetoscópio no peito da boneca... E depois na barriga...) Tá batendooooo!!!!  Deixa eu ver as costas agora! (Coloca o estetoscópio nas costas...) Tá cheia de catarreira!!!!!!!!!!!!!!!
"Agora deixa eu ver se tem micóbrio na boca! Faz ahhhhhhhhhhhhh! Nossa... tem um monte de micóbrio na sua boca!!! Sabia que tem um monte de tipo de micóbrio? Micóbrio é uma bactéria muito fum!!!! Tem de várias cores... O verde, faz buraco no dente! O roxo tem uma baba amarela que faz a garganta doer! E o amarelo faz bafo!!!!"

E a mãe não podia rir, fez cara de bestificada e aceitou a medicação pra filha-boneca!!!!



Como que arruma, povo????

segunda-feira, 27 de abril de 2015

O nascimento de um pequenino bebê... Meio brasileiro, meio americano!

Gente...

tô tendo taaaaaaaaaaaaanta participação especialíssima por aqui...

Hoje é dia da Ellen, uma amiga da adolescência que mora nos EUA há muitos anos! Foi pra estudar e lá casou! Esse ano nasceu seu filhote, o Wyatt!

E ela veio aqui, contar como foi esse dia especialíssimo!!!

E eu, estou agradecidíssima pela presença!!!! Já pensando em um novo tema pra ela escrever!!!!

Espero que vocês gostem, como eu gostei!

No dia 8 de janeiro de 2015 eu entrei em trabalho de parto do o meu primeiro filho. 
Naquele dia eu fui trabalhar normalmente,  porém desde o dia anterior eu estava com muitas dores nas costas. Sendo assim, resolvi levar uma compressa quente pro trabalho. Usei aquela compressa o dia inteiro. Ao almoçar com uma amiga, ela me disse que as dores nas minhas costas eram contrações. Eu não achava que era isso, então voltei ao trabalho e assim continuei ate as 19hrs!
No caminho de volta pra casa o trânsito estava horrível!!! Nevava muito e por isso todos dirigiam com cautela. As dores começaram a intensificar... Sentia tanta pressão que pensava que iria fazer xixi nas calças!!! Mas... teimosa como sempre, pensava que estava sentindo o “lightening” (quando o bebê encaixa pra nascer), não pensava que era contração.
Ao chegar em casa a minha cachorrinha, a Sasha, veio ao meu encontro e não me deixou sozinha mais. Me seguia de tão perto que eu quase pisava nela!!! Agora quando recordo o momento penso que provavelmente a Sasha já sabia o que estava acontecendo (ela com certeza sentiu que eu estava gravida antes mesmo de eu saber),por isso não saía do meu lado.   
Meu marido (Matt) estava insistindo pra irmos pro hospital mas eu falava que ainda não estava na hora. Ligamos pra madrasta dele, que foi enfermeira, explicamos o que eu estava sentindo. E o que ela disse? " Isso é contração! Pode começar a marcar o tempo entre elas e o tempo total delas". Ligamos para o médico em seguida, por insistência do Matt. Ele falou que não precisávamos ir! As contrações nao pareciam ser longas o suficiente... porém recomendou que se eu não sentisse o bebê movimentar por mais de 5 minutos e se tivesse presença de sangue,  deveríamos ir como cautela.
Depois de quase duas horas em casa, tomei um banho de banheira pra aliviar as dores (Sasha e o Matt sempre ao meu lado), lavei o meu cabelo porque não queria estar de cabelo sujo se tivesse de ir ao hospital e tentei dormir. De repente, senti uma vontade imensa de ir ao banheiro e foi quando vi a presença de sangue. Chamei o Matt e disse: Vamos agora!!!! 
A minha bolsa do hospital, a bolsa do bebê e a bolsa da Sasha (para ir ficar com a tia) já estavam prontas.  O Matt pegou tudo e arrumou no carro enquanto eu me vestia. Corremos pro hospital, ainda nevava muito, o Matt impaciente tentando dirigir rápido.  As contrações estavam mais próximas e fortes, a dor nas costas aumentava. A Sasha estava deitada no meu colo no carro e a cada contração ela lambia minha mão! Parecia dizer:“Mamãe, não se preocupe, você vai ficar bem”! 
Chegamos no hospital e o Matt me deixou na porta da emergência, já que tinha que esperar a minha familia Americana chegar para buscar a Sasha.  Eu entrei e eles me levaram ao andar da maternidade. A recepção me deu uns papéis rápidos para preencher e entrei. Já era meia noite do dia 9 de janeiro. 
Me colocaram em uma sala de triagem para verificarem  o desenvolvimento para ser admitida. A enfermeira checou minha pressão e chamou a “parteira” – em hospitais americanos você tem a opçao de ter uma parteira ou um médico (MD) . No meu caso eu teria um médico para o parto, mas na sala de triagem fica uma parteira ou um médico independente da sua preferência.
A parteira checou e me informou que eu estava com 90% do colo apagado e 4 cm de dilatação. Seria admitida, pois estava com bom desenvolvimento.  Optei por ter uma peridural, ela informou que isso aconteceria no meu quarto. Aqui nos EUA, o parto é feito no próprio quarto, somente se você fizer cesárea que vai para uma sala de cirurgia. Ela me explicou que as fortes dores que eu estava sentindo nas costas, durante as contrações, eram porque o bebê estava virado (rostinho pra cima). Ela iria me ajudar com um exercício para que ele pudesse virar o rostinho pro lado certo. 
Fomos admitidos e colocados no quarto 15. Assim que nos acomodamos a minha enfermeira entrou – eu teria uma enfermeira especializada em parto dedicada a mim. Ela ligou os monitores que monitorariam o meu coração e o do bebê, assim como a minha pressão.  O monitor também mostra quando uma contração está começando e quando esta terminando.   
Eu estava muito ansiosa, pois minha mãe estava chegando do Brasil na manhã seguinte e eu queria muito que ela presenciasse o nascimento do neto! Ainda bem que o trabalho de parto ainda estava no inicio!!! Tenho tido conversar longas com o Wyatt durante toda a gestação para ele saber que não poderia nascer antes da chegada da vovó.  
O meu médico nao estava de plantão e ele tinha uma cirurgia as 7 da manhã naquele dia. Ele me falou que viria me ver antes da cirurgia, mas que provavelmente ele não faria o meu parto. A médica que estava de plantão de imediato me perguntou se eu iria fazer uma cesárea, já que eu tive cirurgia de remoção de cistos no útero no passado. Eu falei a ela que não pois eu já tinha um planejamento de parto normal com o meu médico e somente fariamos cesárea se o bebê estivesse correndo risco. Ela ficou ansiosa!!! Disse que não sabia se era o mais viável... Assim que  a médica saiu do quarto, a minha enfermeira me tranquilizou!  Disse que esta médica provavelmente não estaria mais lá quando eu estivesse em parto ativo, e que eu nao precisava me preocupar! Aparentemente aquela médica era medrosa e qualquer mínimo risco ela nao tenta parto normal (ela era Indiana – não sei se influencia na decisão…). A minha posição era firme e afirmei a eles que não assinaria nada para cesárea, a não ser se fosse para a segurança do meu filho!! Aqui para a cesárea acontecer, você tem que assinar um papel autorizando o parto.  
A anestesista chegou a aproximadamente 1:30 da manhã para aplicar a peridural. Que hora tão esperada!!!! Eu estava com muita dor, devido a posição do bebê. Naquele momento estavam no quarto a enfermeira, a anestesista, o Matt e a Lynn (minha mãe Americana).  A enfermeia me ajudou a posicionar para a peridural (eu estava sentada na cama com as costas para a anestesista, o mais proximo dela possível e sem me mexer).  Enquanto a anestesista estava preparando a área eu senti que estava fazendo xixi!!!! Olhei pra enfermeira e disse: “Eu acho que estou fazendo xixi na cama”!!! Ela respondeu: “Não! É sua bolsa estourando! Provavelmente tem xixi também”. O processo da aplicação da anestesia demorou uns 25 minutos pois são bem cautelosos e tem toda uma preparação antes da injeção ser dada. Depois me senti muito melhor!!! As dores estavam controladas, apesar de ainda sentir a pressão (a peridural da uma sensação de alivio, na primeira hora a dor quase não existe e você relaxa bem, por isso dizem que talvez pode desacelerar o trabalho do parto, mas no meu caso isso nao occoreu. Eu me senti relaxada sim, mas o desenvolvimento continuou no mesmo ritmo).  
Como o Wyatt estava viradinho a enfermeira indicou que seria ideal usar uma bola de estabilidade, em formato de amendoim, entre as minhas pernas, para ajudar o bebê a virar para a posição ideal.  Então eu me deitei de lado e a cada 30 minutos ela vinha e me ajudava a virar para o outro lado.   Naquele momento a Shelley (madrasta do Matt – nao gosto de usar a palavra madrasta pois tem uma conotação negativa então... segunda mãe dele), tambem entrou no quarto para me ver. Como ainda nao sabíamos se minha mãe chegaria a tempo, a Shelley e a Lynn ficaram conosco para apoiar o Matt.  
A enfermeira pediu para eu tentar dormir, mas era impossível! O monitor apertava meu braço a cada 15 minutos para verificar minha pressão e a cada 30 a enfermeira entrava pedindo para eu mudar a posição. Então comecei a olhar o Facebook! Foi quando vi que o Matt já tinha anunciado para o mundo que estávamos no hospital!!!!!!!!!!!!! O status dele era: “It’s TIME for the main event of the evening” - Chris Buffer voz … Se você curte UFC você sabe o que ele quiz dizer!!!!!!!!!!! 
 O Matt e a Lynn estavam dormindo, eu não conseguia...  Quase 4 da manhã a minha enfermeira voltou para falar que ela iria embora, mas a nova enfermeira já estava vindo se apresentar. Ela me examinou e disse que o Wyatt já tinha virado e estava na posição correta, ou seja eu não mais precisaria da bola de estabilidade. Ufa!!!! Ela ajudava, mas era muito incômodo, pois você deita de lado com as pernas abertas o tempo todo! (A enfemeira não fica no quarto o tempo todo para termos um pouco de privacidade, mas tem um interfone que você pode ligar. Ela atende e vem a você quando necessário).   
A nova enfermeira chegou (Tasha). Ela era ótima, super atenciosa e tínhamos conhecidos em comum (trabalhava na mesma empresa do que eu).  
Só uma observação: eu achei que estaria uma bruxa xingando o Matt o tempo todo!!!! Que nada!!!! Olha a surpresa boa!!!! A todo tempo eu estava muito educada, pedia por favor, obrigada pra tudo!! Mesmo na hora de dor intensa. Ponto para o Wyatt!!!  
Em torno das 6 da manhã, a enfermeira me examinou de novo e falou que eu estava com 9 cm de dilatação. Ela achava que eu estaria fazendo força logo, mas eu avisei pra ela que eu já tinha conversado com o Wyatt durante toda a gestação. Ele esperaria a Vovó chegar do Brasil!!!!!   
 A minha mãe pousaria em Detroit as 7:10 da manhã e ela ainda não sabia que eu já estava no hospital em trabalho de parto.  O voô adiantou mas a alfandega e imigração estavam lentas (normalmente em Detroit o processo  super é rapido e sai em menos de 15min), mas demorou quase uma hora. As 7:30 o Ron(meu pai americano) me ligou e eu pude conversar com a minha mãe, eles estavam a caminho do hospital porém o transito era ruim pois ainda nevava muito.  Naquele momento enquanto eu falava com minha mãe, a enfermeira que me monitorava disse que a minha pressão subiu, mas ainda ficou abaixo do limite que seria preocupante. Minha mãe estava mais ou menos a uma hora do hospital devido ao trânsito. A enfermeira me tranquilizou. Disse o Wyatt estava bem e que parecia estar “slowing down”,  tipo esperando quietinho e não querendo sair ainda (totalmente oposto à informação que ela tinha dado às 6 da manhã).  Aquela notícia me deixou tranquila pois as minhas preces estavam sendo ouvidas  e o Wyatt iria esperar pela vovó.   
A minha mãe chegou ao hospital as 8:30 da manhã – eu fiquei emocionada, chorei, sorri, abracei!!!! Naquele momento a minha pressão subiu novamente, mas tudo estava tranquilo, o Wyatt estava bem! Foi um momento feliz ate a enfermeira abraçou a minha mãe, pois ela tinha ouvido a história toda de como ela estava pra chegar!! A enfermeira brincou que agora ele podia sair.   
Agora o meu time estava completo!!!! As melhores e mais fortes pessoas da minha vida estavam ali comigo: minha mãe, a Lynn, o Matt e a Shelley.  O Wyatt ficou quietinho, a Tasha brincou que ele não queria sair mais pois eu fiz ele esperar. Eu brinquei e disse: “Este moleque é metade brasileiro! Ele não vai chegar na festa na hora marcada! Ele vai chegar atrasado, no mínimo, duas horas! ”. Todas riram!!!! Minha mãe veio me dizendo: "Por que você esta tomando remédio (peridural)??? Tem que fazer tudo natural pra sentir a dor e saber que tem que fazer força!!” Naquele momento eu respire fundo e disse: “Mãe, tenho um planejamento de parto que já foi discutido com o meu médico. Este plano incluiu a peridural. Não se preocupe pois ainda sinto um pouco de dor durante as contrações e sinto pressão. Eu saberei quando terei de empurrar!”. Me surpreendi comigo mesma, já que naquele momento eu pensei: a “Ellen normal” iria ter xingado demais!!!!! kkkkkkkkkkk  
O meu médico veio me ver antes da cirurgia que ele iria fazer . Disse que havia conversado com a médica de plantão e informado a ela o nosso planejamento de parto. Eu não precisaria me preocupar pois a médica sabia que faríamos o parto normal e que a cesárea era a última opção. Ele me deixou tranquila e disse que voltaria pra me ver depois da cirurgia, mas devido ao meu progresso provavelmente o Wyatt estaria nas minhas mãos antes que ele chegasse. Ele viu a minha mãe e brincou: "Ah, ela chegou!!! Então agora  ele vem!!!".  
Para passar o tempo, o Matt começou a tocar umas musicas da University of Michigan pra mim. Ele disse que era pra preparer o Wyatt e a mamãe para o “game”.  Na noite anterior em casa o Matt tambem tocou as musicas da Michigan que eu gosto! Tocou o Hino da escola (fight song), uma música que uma banda criou homenageando o time de futebol da escola e o discurso de um dos maiores treinadores de futebol da historia da escola (Bo Shchembekler – chamado THE TEAM). A brincadeira foi então que “the TEAM” as mulheres na sala estariam se preparando para chegada do Wyatt.   
Pouco tempo depois eu olhei pra enfermeira e disse: "É... agora eu tenho que fazer força!". Eram exatamente 10:26h, praticamente duas horas depois da chegada da minha mãe. Naquele momento a enfermeira chamou a médica e começamos! Todas contavam minha respiração, o Matt segurava minhas costas, a Lynn minha mão esquerda, minha mãe e a Shelley seguravam os meu pés para que eu pudesse fazer mais força. O processo foi longo, eu sentia as contrações e estava ansiosa. Queria fazer força o tempo todo, mas a enfermeira monitorava pelo aparelho e dizia que não adiantava... sem a contração eu estava me cansando... Antes de cada nova força para ele sair eu perguntava se as meninas estavam prontas, a enfermeira ria e dizia não precisa perguntar… você é muito educada pra estar em trabalho de parto (ela já tinha brincado que eu nao parecia funcionaria da Lear pois eu nao tinha xingado palavrão ainda e no nosso setor somos conhecidos por usarmos muito as F-bombs).  
Depois de uma hora fazendo força me enchi de emoção e comecei a chorar!!!!  A minha mãe Americana, Lynn, estava ao meu lado e disse: “Ellen pode chorar, respire e relaxe...” . Ela me disse isso em inglês. Quase imediatamente apos ela terminar de falar a minha mãe me disse em português: “Ellen pára de chorar e continue a fazer força!!! Anda logo!!! Seja forte!!!". Eu nao aguentei e comecei a rir, rir muito!!!!!!!!!!! A enfermeira perguntou o que era já que ao mesmo tempo que eu chorava eu ria!  Eu contei a todos e expliquei pra minha mãe a controvérsia das duas e todo mundo começou a rir. 
 A minha mãe não entedia porque eu parava de fazer força devido a contagem de respiração que a enfermeira estava fazendo. Pedi a ela para olhar pra Shelley pois as duas tinham que apenas segurar a minha perna! Eu que tinha de empurrar e fazer força!!!!
 A médica saía e entrava da sala, pois ela percebia que o bebê ainda estava longe de sair. Quando o momento aproximou ela ficou na sala o tempo todo. Várias vezes me ofereceram um espelho para que eu pudesse vê-lo coroar e incentivar a fazer a força final. Eu recusei o espelho, pois estava com medo de ver o que estava acontecendo lá embaixo.  Quando a cabecinha dele apareceu de novo a médica perguntou se eu queria pegar na cabecinha dele, recusei também.   
Minha mãe tinha ido sentar no sofá do quarto, a Shelley ficou preocupada... Olhei e vi minha mãe rezando com a biblia aberta. Perguntei se ela estava bem e ela me disse que sim, estava fazendo o que sabia fazer de melhor: Rezar...  
Depois de varias ofertas finalmente eu aceitei o danado do espelho!!!!! Foi estranho ver o que estava ocorrendo lá embaixo, mas ao mesmo tempo me ajudou! Teve uma hora que vi a cabecinha dele e parecia que ele ia sair, mas quando respirei ele voltou!!! Foi este o único momento em que falei um palavrão: “ Get out of there little fucker!!!”. A enfermeira riu e disse: “Ah!!! Aí está a pessoa da Lear que conheço!!!”.  Já eram quase 12:10h, quase 2 horas que eu estava fazendo força. A médica queria me dar um remedio pra ajudar, mas eu recusei.   
Depois de mais umas respirações/contracões finalmente eu senti que ele estava saindo. 
Na terceira respiração daquela contração, ele saiu! Exatamente as 12:23 o Wyatt nasceu. Que emoção grande!!!!!!!!!!! Eu chorava de felicidade e chorava pois estava tão cansada que eu não sabia se eu iria ter conseguido fazer mais força se fosse necessário. Imediatamente, ainda com o cordão conectado a mim, colocaram o Wyatt no meu busto. Chamam de pele a pele, importante para sinalizar ao corpo que o bebe nasceu e para o bebe ter um contato saudável com a mãe. A médica deu a tesoura pro Matt e ele cortou o cordão umbilical (eles nos deram a tesoura).
Deixaram o Wyatt em meu busto por uns 10 a 15minutos.De bruços, ele começou a procurar o meu peito, mexeu a cabecinha ate achar e logo foi tentar mamar!!!  Fiquei impressionada com o trabalho de Deus e como somos feitos. Enquanto eu segurava ele a médica me costurava. No hospital que eu estava eles nao “cortam”, deixam a vagina rasgar se necessario. No meu caso rasgou e precisei de pontos internos. Eu estava tão concentrada no meu filho que eu nem sabia – o Matt e a Shelley que me contaram.  
Wyatt nasceu com 52cm, 3,340Kg.
Estavámos todos emocionados, todos chorávamos e falamos juntos: THE TEAM!!!!!!!!!! Foi uma experiência única, emocionante, que nunca irei esquecer.   
O hospital – Henry Ford West Bloomfield, é otimo, parece um spa. Os funcionários são exemplares, as enfermeiras super atensiosas e tem “consultoras de lactase”, enfermeiras especializadas em amamentação que ajudam a mãe a amamentar o filho. Toda hora que eu tentava amamentar eu chamava a enfermeira para me ajudar, pois pra mim era muito importante fazer o máximo que eu pudesse para que o Wyatt pegasse o peito bem e eu produzisse o leite necessário.  
O meu médico veio me ver depois da cirurgia dele e para conhecer o Wyatt.  
A primeira noite minha mãe ficou comigo e o Matt foi pra casa dormir, só que antes disso o Matt a levou em casa para tomar banho, já que ela ainda estava no hospital direto do aeroporto.  Fiquei sozinha com o Wyatt (ele fica no quarto com você o tempo inteiro, não tem berçário), mas se ele precisasse de trocar uma fralda a enfermeira viria fazer, pois eu ainda não podia me levantar naquele dia.  A enfermeira me dava uma compresa com gelo para colocar dentro da calcinha para ajudar com o edema e sempre trocava o absorvente, já que sangrava muito ainda, o médico indicou que isso era normal pois o útero ainda estava contraindo para voltar ao tamanho normal. 
A segunda noite o Matt ficou comigo e minha mãe foi pra casa dormir. Ficamos no hospital até o domingo a tarde (o Wyatt nasceu na sexta feira).  Eu poderia ter ficado até na segunda, pois o Wyatt ainda precisava de fazer um outro teste no dia seguinte já que estava um pouco amarelinho (dentro dos limites mas na borda). Mas o Matt queria ir pra casa e no dia seguinte levariamos o Wyatt ao pediatra para verificar.  
Ainda nao acredito que sou mãe, um presente de Deus!!!!!!!!! Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de ter um parto normal, agradeço pela saude do Wyatt, pelo time incrível que tive ao meu lado a todo o tempo: THE TEAM (Matt, mãe, Lynn, Shelley, Tasha).  Sou uma pessoa extremamente abençoada. 
Ellen, uma itabirana, brasileira meio americana!
Esposa do Matt
Mãe da Sasha e do Wyatt